31 de outubro de 2016

Outubro de 1938. Qual seria o título mais importante..?

Outubro de 1938. Nesse ano, o Sporting venceu o seu 4º Campeonato de Portugal e o Benfica, o 3º Campeonato das Ligas (Experimentais). Qual dos títulos seria o mais importante..?












Eu já tinha colocado este vídeo, mesmo no final do post "O "problema" dos 4 Campeonatos de Portugal", mas reparei que tinha muito poucas visualizações, comparado com as visualizações do post. Achei que o devia destacar para que o vissem isoladamente e pensassem bem naquilo que se vê e, principalmente, no que se ouve, e no significado óbvio que este vídeo de 1938 transmite. Pelo menos para mim, parece óbvio.

29 de outubro de 2016

Paracetamol

- Esquecer Markovic e Elias.
- Promover Leonardo Ruiz e Matheus Pereira, definitivamente.
- João Pereira a defesa esquerdo.
- Idealmente, executar um blackout de JJ e jogadores à imprensa, excepto nas obrigatórias flash-interview ou, pelo menos, e se ainda for "legal", dar o exclusivo das conf. de imprensa pré-jogo apenas ao canal do clube, tal como aconteceu, em certa altura, no Benfica.
- BdC sair do banco. Yep, está na hora. Inibe JJ, irrita árbitros e, está provado, não incentiva jogadores.


E lembrar que uma boa comunicação com uma equipa fraca é como a Maria Leal fazer playback: pode ganhar muitos cachets mas nunca vencerá um Grammy.

milagre

Et voilá. Não acordaram. JJ lá se lembrou de tirar o Elias mas insistiu no erro Markovic (não dá para trocá-lo com o Carrillo?).


Nona jornada e estamos de fora da luta do título, acabadinhos de entrar na disputa do 3º lugar com o Braga, nosso velho amigo. Não quero ouvir histórias de "vamos acreditar", não quero ver mais vídeos "motivacionais", não quero ouvir apelos de jogadores e dirigentes. Esta época já foi. Uma recuperação ao nível da que o Benfica fez a época passada é um fenómeno que só acontece de 27 em 27 anos, tipo cometa Haylley (ok, só é visível de 75 em 75 anos mas perceberam a ideia), e apenas duas equipas teriam capacidade, vontade e arcaboiço (físico e mental) para o fazer: o próprio Benfica e o Porto. O Sporting actual não tem nem capacidade para tal empreitada nem qualidade. Querer acreditar numa recuperação milagrosa do Sporting é mais difícil do que crer no fenómeno de Fátima. É pena, porque o Papa visita Portugal no próximo ano e nesses anos, o Sporting costuma(va) ser campeão...

Admito, iludi-me, julguei que com a permanência de Adrien e mesmo apesar da saída de João Mário e Slimani (e Teo...), continuaríamos a ter um bom plantel, pronto para continuar a luta que demos na época passada. Repito, iludi-me. Olho para esta equipa e estes pseudo-craques que chegaram esta época e só me lembro da época de Godinho e Domingos. A mesma ilusão antes da época começar mas assim que a bola começou a rolar... uma desilusão que culminou com a final da Taça de Portugal perdida com a Académica (de Adrien e Cédric). A queda de Godinho, curiosamente, começou no jogo na Madeira, contra o Nacional, quando Domingos foi despedido após (mais) um mau resultado na Choupana. Será necessário perdermos a Taça de Portugal contra o Moreirense (de Geraldes e Podence) para o Sporting fazer novamente reboot e começar tudo de novo?


Já expliquei o que acho desta equipa do Sporting e, sinceramente, não vejo que haja muito para melhorar. Esta equipa, este grupo de jogadores não tem muita qualidade e, para agravar, não tem a tal intensidade necessária para deitar "autocarros" abaixo, que são, precisamente, os maiores obstáculos desta #LigaMickeyMouse. E ontem, não fosse a barra, e lá teríamos sofrido o tal golo fatal que Rui Patrício costuma conceder...


 Estamos a anos-luz da dinâmica vencedora do Benfica (e a quilómetros da do Porto...) e vai custar muito aguentar isto até maio. Sinceramente, não sei o que vai ser o Sporting daqui em diante mas ou acontece um milagre, tipo ganhar 20 jogos seguidos ou a Taça UEFA (lol), ou vamos ter um final de época terrível, terrível. Eu já não acredito e, pelo que vi e ouvi ontem, os jogadores e JJ também não.

27 de outubro de 2016

26 de outubro de 2016

qualidade

26 de outubro, 9ª jornada e já estamos na fase do "acreditamos" e de vídeos "motivacionais". É oficial: estamos na merda. Perder em Rio Ave, em Guimarães e com o Tondela (para mim, foram derrotas) não é um problema circunstancial, é estrutural. E o problema é simples: falta de qualidade (e solidariedade).

No ano passado, pouco depois de termos ganho 0-3 na Luz, o treinador do Benfica viu que não era possível continuar colocar a jogar a equipa da mesma forma (aberta, ofensiva, até mesmo ingénua) como ela jogava com JJ. Não acompanhei suficientemente bem os jogos dos lampiões nem sou treinador de futebol para poder explicar o que realmente mudou, mas foi visível que o Benfica começou a jogar de outra forma a partir desse derrota: mais cautelosa, mais organizada, mais solidária. O jogo em Alvalade, na 2ª volta do campeonato, foi o exemplo-mor dessa mudança. E ganharam o jogo. E o campeonato.


Uma equipa "top" pode dar-se ao luxo de ter um jogador que não defenda, que não faça "pressão" após perda da bola. O Real Madrid tem o Ronaldo, o Barcelona tem o Messi, o Benfica tem Mitroglou, etc... Já o Sporting tem uns 3 ou 4. Impossível. Assim que a equipa do Sporting perde a bola no meio campo adversário, não há aquela pressão imediata que todas as equipas "top" fazem neste momento contemporâneo do futebol europeu, seja para recuperá-la e iniciar nova vaga de ataque, apanhado o adversário em contra-pé (muitos dos golos são marcados desta forma) ou para, simplesmente, evitar o contra-ataque adversário. Os jogos do Rio Ave, Vitória, Dortmund e até do Tondela expuseram esta falha até ao tutano.


JJ continua a usar nesta época o mesmo modelo, táctica, estratégia, wtv, que utilizava no ano passado, isto apesar de ter perdido João Mário, Slimani e Teo Gutiérrez. E agora, Adrien. O problema é que Bas Dost não defende, Markovic também não, Gelson defende mal, Bryan Ruiz faz o que pode e Elias defende com os olhos. E Alan Ruiz, enquanto jogou, também pouco defendia, tal como André. Um gajo vê as duplas de laterais de Benfica e Porto, com Maxi/Layun-Alex Telles e Semedo-Grimaldo, e depois compara com a dupla do Sporting, Schelotto-Zeegelaar, e dá vontade de chorar. É um suicídio continuar a jogar da mesma forma.

Não podemos continuar a assentar o nosso sistema de jogo na "qualidade" (posse de bola, jogo controlado, etc) neste campeonato de merda e fazer 2 remates à baliza adversária em 70 minutos e depois sofrer golos sempre que um jogador adversário remata à baliza (sobre este aspecto, o da baliza, se algum dia desse a minha opinião completa sobre Rui Patrício, chamar-me-iam lampião e seria excomungado pelos Sportinguistas. Se alguém já leu o livro "The Outsider: A History of the Goalkeeper", de Jonathan Wilson, sabe a diferença que há entre um guarda-redes "activo" e "passivo"... e em qual das categorias eu encaixaria RP). A "qualidade" de jogo apenas funciona, paradoxalmente contra equipas que têm, precisamente, mais qualidade e que dão mais espaço, tanto a defender como a atacar. É por isso que ganhámos a maior parte dos jogos "grandes" a época passada, e porque, já esta época, ganhámos ao Porto e apenas não ganhamos em Madrid por um triz. No entanto, continuamos a falhar contra o Tondela, o Rio Ave, o União da Madeira, Boavista, etc... Aqui, neste campeonato de merda feito de "autocarros" e guarda-redes feitos de cristal e que se lesionam de dez em dez minutos, o que interessa é a "quantidade" de ataques. Correr, correr, correr, fazer faltas, faltas, faltas, rematar, rematar, rematar. É assim que o vertiginoso Benfica joga. É embaraçante ver a quantidade de jogadores do Benfica que sabem rematar à baliza (Pizzi, Grimaldo, André Horta, Gonçalo Guedes, Cervi, Mitroglou), contrastando com os poucos do Sporting que o sabem fazer (Bruno César, Alan Ruiz e...) ou que sequer tentam fazer. É que, ao final de contas, o que interessa é meter a bola dentro da baliza e, para isso, é preciso saber rematar a puta da bola.


Num dos últimos textos do acima mencionado Jonathan Wilson no The Guardian, mencionou novamente uma célebre frase atribuída ao antigo e infame treinador do Benfica, Bélla Gutman. Era um artigo sobre Mourinho e Klopp, e que girava à volta da "aura" da qual os treinadores vivem e se alimentam. Quem lê o Jonathan Wilson há algum tempo, já sabe que, para ele, o fenómeno Mourinho já se esgotou ou está prestes a esgotar-se. A tal frase do treinador húngaro é esta: "Um técnico é como um domador de leões. Ele domina o animal enquanto tem autoconfiança e não demonstra medo. Mas quando a primeira sombra do medo aparece nos seus olhos, ele está perdido".


Quem doma quem?




A ideia que dá é que JJ parece estar a ficar com medo. Um JJ sem medo já teria resolvido o problema do substituto de Adrien, desenrascando um "Manel" qualquer, em vez de ter apostado (e perdido) três vezes seguidas no Elias.

Ou JJ faz um milagre e coloca os jogadores do Sporting a correrem que nem cães, tal como fez quando chegou ao Benfica ou como acontece, inevitavelmente, nos minutos finais dos jogos que estamos empatados ou a perder, ou então tem de mudar de estratégia e meter a equipa a jogar mais em modo "contra-ataque", mais compacta.

JJ tem de voltar a ter coragem de gritar e "mandar para o caralho"os jogadores todos e não gritar apenas ao Jefferson ou ao Zeegelaar.

E além de JJ, alguém do Sporting tem de gritar aos ouvidos dos jogadores e explicar-lhes o quão importante é ganhar este campeonato e que para o ganhar, temos de ganhar ao Rio Ave, ao Vitória, ao Tondela e ao Porto, Benfica e C.ia. Temos de ganhar a todos!

JJ tem de largar o fato e voltar a vestir o fato de treino e explicar, ie, gritar, a este grupo de jogadores que este é o campeonato mais importante da história do Sporting. Porque o é. Tal como o campeonato do ano que vem será o mais importante. E por aí adiante.

Alguém tem de ensinar a estes jogadores o que é o futebol português. Alguém de explicar como perdemos o campeonato de 2003/04. Alguém tem de lhes dizer o que se passou com a camisola do Rui Jorge após um Sporting-Porto. Alguém tem de lhes traduzir as escutas do Apito Dourado. Alguém tem de lhes mostrar o Benfica-Sporting de 2004/05. Alguém de lhes explicar que o Estoril-Benfica de 2004/05 foi jogado no Algarve. Alguém tem de lhes mostrar a final contra o CSKA Moscovo. A mão do Ronny de 2006/07. A final da Taça da Liga 2008/09. A eliminatória contra o Bayern. A meia final contra o At. Bilbao. Alguém tem de lhes dizer que o único clube a quem os árbitros fizeram greve, foi ao Sporting, em 2011/12. Alguém tem de lhes explicar como foram as eleições do Sporting em 2011. Como terminamos em 7º lugar, a pior classificação da história do clube, em 2012/13. Alguém tem de lhes explicar porque o árbitro da final da Taça de Portugal que o Sporting ganhou em 2014/15, desceu de divisão.

Alguém tem de lhes explicar que os adeptos do Sporting (des)esperam há 14 anos pelo título de campeão. Alguém tem de lhes explicar isto, pois tenho a certeza de que (ainda) não o fizeram. Como é que sei? Porque se o tivessem feito, o Joel Campbell nunca teria comemorado o golo do empate, à 8ª jornada, contra o Tondela, em Alvalade, da forma como o fez.




Estamos a 5 pontos do Benfica, em outubro! Ou seja, mais um deslize e acabou-se o campeonato. Acordem, caralho.

9 de outubro de 2016